Sobre a Avaliação da Situação da URSS

Érico Sachs

1 de Outubro de 1971


Primeira Edição: Publicado em “Zirkular” – órgão de discussão da org. Política Operária alemã, nº 1, 01/10/1971.

Fonte: Centro de Estudos Victor Myer.
HTML: Fernando Araújo


À Comissão Stalin, em Berlim
Caros companheiros,

Nesse espaço de tempo tive a oportunidade de ler o documento que vocês levaram ao Seminário e, com isso, entendi melhor o seu ponto de vista. No momento, não me é possível um aprofundamento maior sobre o seu material, como seria exigido, mas como os companheiros de Frankfurt pedem uma posição, gostaria de, ao menos resumidamente, lançar alguns problemas básicos. Já que a discussão não deve se concluir com isso, ainda será possível opinar sobre as questões de forma mais detalhada.

O ponto de partida dos debates foi a questão se uma classe operária “teria existido” ou não no tempo crítico até 1921, portanto, até o início da NEP. Creio que foi tomada na polêmica uma posição bastante parcial. À negativa de alguns oradores, vocês se contrapuseram com um “sim” absoluto, mas no seu trabalho vocês afirmam que o proletariado russo, que antes da guerra ainda era forte e montava a 2,5 milhões, no ano de 1919 já havia baixado para 1,3 milhões de operários ativos na produção. Uma parte grande estava desempregada e outra parte voltou para o campo, mas apenas isso não explica a diminuição. O fato é que uma parte significativa da classe operária, depois da tomada do poder e em conseqüência da guerra civil, não voltou de maneira nenhuma para as fábricas, pelo menos não como operários. Eles se transformaram em sustentáculos diretos do poder soviético na administração e nas Forças Armadas, etc. Não dispomos de nenhuma estatística concreta, mas é de se admitir que essa parte não apenas teve um significado numérico, mas que se tratava, além disso, da parte mais ativa e consciente da classe operária, que também no passado dirigira a classe e tivera um papel de vanguarda. Abstraindo-se do número não insignificante deles que não sobreviveu à guerra civil, também é claro que a parte da classe operária que deixou os locais de produção não se transformou de um dia para o outro em burocratas stalinistas ou pré-stalinistas, mas a problemática e o ponto de vista dessa parcela tinham que ser outros que os dos operários fabris. Ela tinha antes de tudo que garantir a existência do poder soviético, que estava sempre em perigo nos primeiros anos e vivia de medidas relacionadas com as necessidades imediatas e com a própria preservação. Ele estava em perigo em cada batalha da guerra civil e quando foi vitorioso, mostraram os sinais do levante de Kronstadt que a vitória militar contra a contra-revolução ainda não representava nenhuma garantia de sobrevivência da ditadura do proletariado. Como não chegar à NEP, que foi a mais ousada de todas as medidas destinadas a salvar e a suprir as necessidades – ou, como se queira, a mais monstruosa de todas as medidas sem princípios que vocês imputam a Lênin?

Parece-me, porém, que vocês opõem à realidade russa desses anos os princípios dos quais vocês partem. Se não, não fica claro como vocês chegam à conclusão em seu documento de que apenas a Oposição Operária, contra todas as frações do Partido, tomou uma posição socialista consequente. É verdade que a Oposição Operária defendia princípios socialistas, de como a ditadura do proletariado “deveria parecer”. Esses princípios não foram negados pela maioria do Partido, mas tratava-se concretamente do fato de que não existiam as bases da possibilidade de realização de uma ditadura proletária, correspondentes às condições das lutas de classes dos países industrializados do Ocidente, na situação dada na Rússia (e isso inclui o isolamento da Rússia Soviética). Isso esclarece também a vida curta da Oposição Operária. Se ela tivesse tido uma razão de ser histórica – no sentido de que seu ponto de vista tivesse representado uma solução para o problema – ela não teria se desmanchado tão rápida e silenciosamente. O seu desaparecimento não pode ser simplesmente explicado pelas “medidas repressivas” (embora elas tenham existido). Movimentos que são ancorados na realidade não desistem sem luta, e outras oposições no interior do Partido resistiram mais tempo sob medidas repressivas mais fortes.

A sentença de morte da Oposição Operária foi o levante de Kronstadt, que mostrou que o poder soviético não estava em condições de garantir as necessidades materiais imediatas de vida da população. E isso retirou as últimas bases em que se assentavam os princípios ocidentais e socialistas que, nas condições russas de então, teriam que ser ilusões. Uma parte da Oposição Operária acabou por se transformar nos apoiadores mais acríticos de Stalin, depois que ela se convenceu de que não se caminhava pela via por ela proposta. E a outra parte, que fez oposição também mais tarde, o fez não mais do ponto de vista da velha Oposição Operária.

Sob essas circunstâncias, admiro-me que vocês próprios não enxerguem essas contradições. Mais ainda quando vocês no documento descrevem a situação da classe operária muitas vezes de forma bem realista. E quando vocês (páginas 71/72) citam Deutscher e Lorenz como testemunhas, no sentido de que os Comitês de Empresa não estavam em condições de manter a produção nas empresas e que eles constantemente eram levados à tentativa de solucionar os problemas da miséria existente de forma a sofrer o mínimo — não como classe, mas simplesmente como empresa — então me admira que vocês próprios não tirem consequências da descrição da situação. Esse “fechamento de olhos” diante da situação real da Rússia Soviética e das bases materiais da revolução russa observa-se no documento já quando se afirma que a classe operária estava à frente do Partido, quando ela, em seguida à tomada do poder em 1917/18, caminhou espontaneamente para a socialização e não se satisfez com o controle da produção. Também esse pensamento precisou ser refutado simplesmente pela história, pois como se poderia entender então o restabelecimento parcial da iniciativa privada durante a NEP?

A mesma posição vocês tomam também na questão das teses de Preobrajenski. É claro, e todo mundo concordará com vocês e com Preobrajenski, que na acumulação socialista não deveriam ser empregados “os mesmos métodos de opressão, o mesmo sistema de expropriação e de força”. A classe operária alemã de forma alguma teria achado necessário colocar essa questão assim, se ela tivesse feito a revolução. Mas, afirmar isso ainda hoje no caso da Rússia produz algo meio ingênuo. Na Rússia, a ditadura proletária tinha a tarefa imediata de recuperar a industrialização no tempo mais curto, para poder sobreviver dentro de um cerco capitalista. E essa industrialização só podia se dar às custas da “exploração dos camponeses”. E, mais além, ser realizada apenas com uma parte dos camponeses que vieram para as cidades e formaram o novo proletariado. Mesmo abstraindo as estreitas relações existentes entre a classe operária russa e os camponeses, vocês acreditam hoje realmente que a população soviética teria aguentado esse sacrifício sem coação e violência? Apesar de Preobrajenski ser uma das cabeças mais geniais desse período, tendo formulado a necessidade da acumulação socialista primitiva da maneira mais clara, suas esperanças de ausência de coação e violência eram antes de tudo um traço ingênuo, um sonho ideal de um revolucionário. E quando não se enxerga isso, também não se entende a posição de Bukharin, que, não sendo de modo algum um ideólogo do campesinato, havia ficado do seu lado nos conflitos de classe da Rússia revolucionária. Porém, Bukharin não tinha nenhuma ilusão sobre a necessidade da coação e da violência que tinha que resultar das condições existentes na Rússia, para alcançar a coletivização, como pressuposto para a industrialização. Ele temia que o poder soviético não sobrevivesse ao rompimento das relações entre a cidade e o campo. O que Bukharin desejava no terreno econômico, os chineses puderam realizar sob melhores condições nos primeiros doze anos.

A China não era mais um país socialista isolado num ambiente capitalista, não tinha essa pressa de recuperação e a vizinhança da União Soviética era um escudo de proteção para a sua própria existência.

A União Soviética não havia resolvido seus problemas vitais em 1927/28 e podia-se contar nos cinco dedos quanto tempo restava para se preparar para uma nova intervenção imperialista. Sob essas circunstâncias, Stalin teve razão: de um lado, assumiu as teses de Preobrajenski sobre a industrialização; de outro lado, confirmou em parte os temores de Bukharin. Em parte, porque o terror que ele atiçou contra os camponeses foi tão grande, que eles não podiam mais pensar em “romper” com o poder operário. Mas Stalin foi ainda além do “ter razão”. Ele fez da violência e da opressão um sistema e da necessidade uma virtude, mesmo quando as relações já haviam mudado. Esses são os aspectos intra-russos do stalinismo, que nós sempre criticamos. E mostra a experiência da guerra que não se trata aqui de uma crítica do ponto de vista de princípios abstratos, pois na guerra, de início, os camponeses (especialmente na Ucrânia) colaboraram com o regime de ocupação alemão e, quando eles adotaram outra posição, isso foi, antes de tudo, por mérito dos ocupantes. Quando eles lutaram de novo contra a ocupação inimiga, não foram as palavras de ordem socialistas que os impulsionaram, mas sim, as patrióticas.

Se nós quisermos medir a realidade russa sob o ponto de vista dos princípios socialistas ocidentais, então deveríamos começar pela crítica da distribuição de terra ao camponês individual em 1917/18, como Rosa Luxemburgo o havia feito ainda na cela da prisão, quando estava isolada do mundo exterior. Mas, sem essa distribuição de terra, não teria havido nenhuma revolução e aí começaram as contradições. Mas, mesmo que nós tomemos a conduta da classe operária no momento da tomada do poder, vemos que a coisa não se desenvolveu conforme as idéias ocidentais.

A Revolução de Outubro não foi, como vocês próprios observaram, um ato espontâneo da classe (como a Revolução de Fevereiro de 1905 e a Comuna de Paris). Ela não foi, por exemplo, um coroamento de uma onda de greves de massa e também não foi necessário para a tomada do poder o chamado à greve geral (Trotsky explicou depois que a sociedade russa já estava suficientemente desorganizada). Na prática, até a existência e a posição dos sindicatos pôde ser ignorada na insurreição. A Revolução Russa não se comportou, desde o início, da forma como se esperaria de uma revolução num país ocidental. A relação entre partido e organizações de massa da classe operária foi, desde o início, diferente daquelas que conhecemos no Ocidente. Isso também teve efeitos na estrutura interna do Partido. Thalheimer, agora não sei mais aonde, disse uma vez que a estrutura da organização bolchevique facilitou o processo de degeneração que se seguiu. Isso não era uma crítica, mas uma constatação, pois as lutas de classes na Rússia formaram o partido proletário que era necessário sob as circunstâncias. Ele foi o produto da luta de uma classe operária que praticamente não conhecia nenhuma tradição e experiência democráticas. Ele não fazia cerimônias no sentido da democracia parlamentar, nem no sentido da auto-organização ou da prática sindical.

As experiências organizatórias e formas de organização que desenvolvera bastaram para derrubar a burguesia num momento crítico, mas não para muito mais. O fato é que ele, também no momento da tomada do poder, não se comportou de acordo com os “princípios socialistas ocidentais”.

Podemos ir ainda adiante, se quisermos. Visto da lógica da luta de classes, uma revolução proletária é produto das crescentes contradições do capitalismo desenvolvido. A história mostrou que se trata de uma lógica formal encarar dessa forma a questão. Pode-se afirmar que o capitalismo não teria mais nenhuma possibilidade de desenvolvimento na Rússia? Certamente que não, e o ritmo da expansão capitalista nos anos anteriores à guerra mostra isso. E quando em seu documento vocês indicam que ele já se desenvolvia como capital monopolista, isso não seria ainda nenhum impedimento absoluto para um crescimento posterior, como mostra a experiência dos países subdesenvolvidos, onde o capitalismo toma a mesma forma. A situação revolucionária que ocorreu em 1917 foi, em grande parte, o produto da revolução burguesa incompleta, da sociedade burguesa inconclusa. E, apenas sob essas circunstâncias históricas concretas, pôde o fator subjetivo, a minoria revolucionária, ter um papel tão decisivo, de uma forma que é impensável na Europa Ocidental industrializada. Mas o desenvolvimento futuro da revolução foi o preço que a história exigiu.

Eu espero que vocês não me entendam no sentido de estar criticando o fato de que os bolcheviques, sob essas circunstâncias, tenham tomado o poder. Eles não podiam se comportar de outra forma. Como revolucionários, eles cumpriram o diabo do seu dever e quando se mostrou que a classe operária ocidental ainda não estava madura para repetir a Revolução Russa num nível superior, eles não podiam mudar nada e qualquer lamento sobre o porquê de a revolução mundial ter-se comportado assim e não de outro jeito é um passatempo ocioso. Mas a Revolução Russa só é explicável pela situação internacional e o desenvolvimento do capitalismo ocidental e assim os bolcheviques também a entenderam. Isso também explica parcialmente por que os males e as limitações dos primeiros anos não foram levados tanto a sério. Aceitou-se que a expansão da onda revolucionária para o Ocidente ajudaria o proletariado russo a superar seus problemas aparentemente insolúveis. Quando essas esperanças se distanciaram e tornou-se claro que não se podia contar com o auxílio externo, então os problemas internos tomaram outras proporções e começaram, especialmente após 1923, as lutas de fração com toda a sua intensidade.

No que concerne à questão das alternativas, creio que durante a discussão alguma coisa já foi explicada. A última intervenção de R. esclareceu que vocês agora vêem as alternativas possíveis dentro do processo de burocratização resultante. Quanto a isso, eu gostaria primeiramente de observar que Thalheimer e Brandler não negaram, em princípio, essa maneira de colocar o problema. Em sua posição contra Stalin, eles sempre deixaram claro que, apesar de acharem correta a estratégia de construção socialista dele e da maioria do Partido, criticavam os seus métodos. E crítica significa colocar alternativas. Eles ressaltaram mais de uma vez que os métodos de Stalin promoviam o processo de burocratização, em vez de freá-lo e controlá-lo politicamente. Isso significa que eles enxergaram alternativas. Eles rejeitaram sua ditadura pessoal e isso significou que eles de maneira nenhuma eram da opinião de que a degeneração burocrática precisava tornar-se necessariamente a ditadura pessoal de Stalin com todas as suas conseqüências. E, abstraindo-se totalmente das alternativas que eles indicaram para a política externa russa do dia a dia, sua posição sobre as questões soviéticas internas era também tudo menos fatalista. Ao contrário, tomando hoje nas mãos as brochuras da IVKO de 1937, o otimismo com o qual foi vista na época uma alternativa ao stalinismo enquanto tal pode até surpreender.

As brochuras foram escritas numa época em que ficou claro que o papel progressista que Stalin havia desempenhado terminara. O terror instituído por ele na época era a luta contra as tendências progressistas desburocratizantes e uma luta desesperada da cúpula dos burocratas contra o restabelecimento da democracia socialista do período leninista em um novo patamar e sobre as novas bases materiais alcançadas, que lhe possibilitariam um melhor funcionamento em relação ao que fora alcançado no passado. Era o momento no qual uma parcela crescente do Partido Comunista, consciente ou inconscientemente, exigia a restituição dos “poderes plenos extraordinários”, que tinham sido dados à cúpula partidária na época das lutas de fração e do Primeiro Plano Quinquenal. Sob essas circunstâncias, o “otimismo” de Thalheimer e Brandler era, no mínimo, tão fundamentado quanto as expectativas dos revolucionários russos em relação ao desenvolvimento revolucionário da Europa Ocidental nos primeiros anos depois da guerra. Por que as tendências progressistas da luta contra a burocracia não prevaleceram, Thalheimer veio a esclarecer depois. No seu “Revolução da Arte e Arte da Revolução”, que foi escrito em 1948, ele expôs, entre outras coisas, como no período stalinista foram criadas as bases materiais para o socialismo.

O país foi industrializado e uma nova classe operária surgiu (quando Stalin morreu, havia na União Soviética cerca de 40 milhões de operários industriais!). Mas, sob o regime stalinista, ela cresceu como uma classe operária atomizada. Tratava-se de milhões de camponeses que foram transformados em operários industriais, sem possuir nenhuma ligação com o velho proletariado, nem dispor de órgãos de classe próprios que formulassem seus novos interesses de classe, os defendessem e os pudessem levar para sua consciência. Essa nova classe operária fez submergir com o tempo o resto do núcleo antigo, que no passado ainda havia intervindo de forma revolucionária nos acontecimentos. O enérgico terror stalinista fez a sua parte para efetivar um corte de gerações, sufocando cada nova liderança no embrião. Era um novo fenômeno que surgia ali e que precisava ser compreendido. Não se trata aí de um fenômeno soviético isolado. Ele surgiu também, sob outras circunstâncias e com outras consequências, em outros países.

Não sei se o exemplo pode ser significante, mas esse foi certamente o caso de países subdesenvolvidos capitalistas. Observando-se o desenvolvimento da classe operária brasileira, ou especialmente da argentina, nos últimos cinquenta anos, verifica-se como uma classe operária pequena, porém com disposição revolucionária, dos anos do primeiro pós-guerra, foi inundada por uma massa relativamente grande de novos operários, sem que pudesse transferir para eles a consciência revolucionária. A consciência de classe decaiu e adquiriu, respectivamente, as formas getulista e peronista. Ainda que tais comparações entre a situação da classe operária de países socialistas e capitalistas devam ser tratadas com todo o cuidado, não é possível negar os paralelos. O fato é que a atomização da nova classe operária na União Soviética é o pressuposto para a continuidade do domínio da burocracia e ainda permite a ela continuar a exercer o papel de tutora dos trabalhadores. De fato, parece-me também que – como mostram os últimos acontecimentos na Polônia – estão colocados limites para esse processo de atomização da classe operária, os quais são naturalmente muito determinados pelas especificidades nacionais – assim, numa perspectiva mais ampla, “a Polônia não está perdida”.

Caros companheiros, tenho clareza de ter enfrentado os seus argumentos apenas em parte. Mas prefiro desenvolver o resto dos problemas nas discussões posteriores. No momento, escrevo apressado e, por isso, também não me é possível ser breve.

Gostaria ainda de entrar aqui apenas numa questão que R. lançou, numa carta a G.. Ele acha que “as seitas discutiram entre si” no feriado de Pentecostes, mas eu não creio que se deva lidar com o problema dessa forma. É claro que cada geração precisa trabalhar seu entendimento da situação por sua própria conta, assim como sua consciência revolucionária ou o “seu marxismo”, e esse também é o caso aqui na República Federal(1), ainda mais porque existe um corte de gerações na esquerda revolucionária. Também é compreensível, e veremos isso sempre de novo, que a nova geração coloque a questão “da forma como ela aparece” e procure alternativas que poderiam ter nos poupado a realidade atual. Mas há naturalmente uma diferença entre colocar alternativas à luta diária e defini-las a partir de um inconformismo com a realidade existente. Nós só podemos avançar sobre o solo dos fatos consumados. Para os companheiros mais velhos, que já viveram essa situação mais de uma vez, isso pode parecer frequentemente um desperdício de tempo e, assim, a transferência e a avaliação de experiências revolucionárias não acontecem também sem contradições. Mas como essa transferência e essa avaliação são necessárias, não apenas para entender a situação real, mas também para poder transformá-la, queremos lidar com essas contradições dialeticamente, como um processo de amadurecimento, no qual há sempre menos espaço para o sectarismo. E se nós tivermos clareza disso, não nos será difícil desenvolver a discussão de um modo produtivo.


Notas de rodapé:

(1) Refere-se à antiga Alemanha Ocidental [NT]. (retornar ao texto)

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Inclusão 04/12/2012